Entre
2011 e 2012, o governo federal garantiu a economia de R$ 100 bilhões a
partir de cortes nos gastos do orçamento. Tal economia possibilitou
investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento e desonerações
tributárias. Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), essa é a prova que
a presidenta Dilma Rousseff não é contra o pagamento de contas
públicas.
“O
que a presidenta é contra é a política de arrocho, é contra juros
estratosféricos, cortes enormes no orçamento da União. Isso sim leva ao
desemprego, leva à baixa renda”, destacou Gleisi, durante discurso em
plenário nesta terça-feira (2). A argumentação foi colocada para
defender o reajuste no superávit primário – diferença entre gastos e
despesas do governo para pagamento de juros da dívida pública –,
proposto por meio do PLN 36/2014 pelo governo federal.
Um
dos que questionou a revisão da meta foi o senador Pedro Simon
(PMDB-RS). Em aparte à Gleisi, ele se queixou que a aprovação da matéria
está condicionada à liberação de recursos para que cada deputado e
senador utilize em emendas ao orçamento, segundo decreto publicado pelo
governo, nesta semana. A emenda permite que parlamentares aloquem
recursos do orçamento, por exemplo, para a construção de hospitais. “Se
votarem esse decreto a que vossa excelência está se referindo, eles
ganham os R$ 800 mil; se não votarem, não ganham”, disse Simon.
O
peemedebista, no entanto, esqueceu que a execução dessas emendas está
próxima de se tornar obrigatória – o tema é previsto em uma PEC que deve
ser votada ainda este ano pela Câmara dos Deputados em caráter
terminativo, ou seja, seguirá para a sanção ou veto presidencial.
Gleisi, que rebateu o senador logo em seguida, lembrou que a presidenta
Dilma tem que colocar em decreto todas as despesas obrigatórias.
Responsabilidade fiscal
A
senadora reiterou que a proposta não fere a Lei de Responsabilidade
Fiscal, uma vez que a legislação especifica apenas que deve haver uma
meta de resultado, não definindo se este será positivo ou negativo. “É
um instrumento de política fiscal para ser utilizada em momentos nos
quais se tem grande arrecadação, ou momentos de fartura no orçamento
fiscal, para que possamos fazer uma poupança para pagar serviços da
dívida”, explicou, acrescentando que, em momentos de conjuntura difícil,
o resultado pode ser diminuído.
Em
2003, quando o presidente Lula assumiu o primeiro mandato, enquanto a
dívida líquida do Brasil em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) era
de 63%. Atualmente, esse valor é de 32,9%. Para se ter ideia desse
resultado, o mesmo índice no Japão é de 134%, enquanto na Itália é de
110% e, na França, de 84%. Em relação à dívida bruta, o Brasil também
tem um dos menores índices. Enquanto no País, atualmente, esse
percentual é de 56,4% (já foi de 60%, em 2002), no Japão é de 243%; na
Itália, de 132% e, nos Estados Unidos, de 104%.
Gleisi
ainda criticou os colegas de parlamento contrários à revisão da meta,
uma vez que senadores e deputados defendem o aumento de desonerações
fiscais para diversos setores da sociedade, o que implica é menos
arrecadação para o governo. “Então, esta Casa é expansionista em
despesas, sim!”, exclamou.
“Mesmo
com as dificuldades, mantivemos emprego, renda, condições mínimas para o
trabalhador. Coisa que não conseguiram países desenvolvidos como a
Espanha e a Itália”, destacou. Em outubro, o desemprego na Espanha foi
de 24% e, na Itália, de 13,2%. Já no Brasil, o índice é de apenas 4,9%.
“Portanto,
aprovar a alteração da LDO hoje é fundamental para mantermos os
investimentos, as desonerações e para podermos, a partir do ano que vem,
ter um crescimento sólido e sustentável. E é o que nós vamos ter”,
disse a senadora.
Fonte da Notícia: http://www.ptnosenado.org.br/textos/122-curtas/30396-dilma-e-a-favor-de-ajuste-mas-contra-arrocho-e-desemprego-diz-gleisi
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