Na
próxima semana, o Senado terá a chance de dar mais um passo rumo ao
equilíbrio de gênero nas Casas Legislativas do País. Depois de aprovar,
na última quarta-feira (26), uma proposta (PLS 295/2011) que garante às
mulheres o direito de ocupar 50% das cadeiras das câmaras de vereadores,
assembleias legislativas e da Câmara dos Deputados, a Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Casa deverá apreciar, em caráter
terminativo, o projeto (PLS 295/2011), do senador Aníbal Diniz (PT-AC),
que reserva um terço das vagas do Senado para a representação feminina.
Em
pronunciamento ao plenário, nesta quinta-feira (27), Aníbal destacou a
chance do Senado fazer história, avançando de maneira concreta para
reverter a subrepresentação feminina no Parlamento. Ele considera que a
aprovação pela CCJ do PLS 295, de autoria da senadora Gleisi Hoffmann
(PT-PR), é uma sinalização animadora da compreensão do colegiado sobre a
importância da questão. “Na próxima quarta-feira, poderemos voltar a
fazer história”, avalia o senador.
Na
última quarta-feira, o projeto de Aníbal chegou a entrar na pauta da
CCJ, mas teve a votação adiada por um pedido de vista coletiva. A
proposta foi classificada de “ousada e corajosa”pela senadora Marta
Suplicy (PT-SP), uma referência na luta pela ampliação da presença
feminina no Parlamento. Para seu autor, são iniciativas como essa que
expressam o verdadeiro sentido da atividade política. “Fazer política
não é só cuidar do pragmatismo do dia a dia, não é só cuidar da emenda,
não é só cuidar da liberação dos recursos; é a gente se questionar. Se
existe uma desigualdade, nós temos que perguntar por quê. E nós temos
que perguntar se essa desigualdade tem que perdurar para sempre”,
ponderou Aníbal, no discurso desta quinta-feira.
O
PLS 132 tem relatoria do senador Paulo Paim (PT-RS) e prevê que nos
pleitos em que são renovadas duas vagas do Senado de cada estado, uma
dessas vagas deverá obrigatoriamente ser disputada e preenchida por
mulheres, o que vai assegurar que pelo menos um terço da Casa será
composta por senadoras. “Esse projeto tem uma importância fundamental
para a política brasileira”, avalia Aníbal, lembrando que, atualmente, o
Brasil ocupa a 158ª posição no ranking mundial que mede a presença
feminina no Parlamento, que avalia 189 Países – apesar de o Brasil ter
uma presidenta reeleita e de 64% dos votos no primeiro turno da eleição
presidencial de 2014 terem sido dados às três candidatas, Dilma
Rousseff, Marina Silva e Luciana Genro.
“Caso
nosso projeto seja aprovado, teremos a garantia de que cada unidade da
Federação tenha, no mínimo, uma representante feminina nesta Casa”,
destacou Aníbal. “Considero isso absolutamente justo. Esta é a Casa do
equilíbrio da Federação, onde o meu estado do Acre tem o mesmo peso de
São Paulo”. O equilíbrio que vale para as unidades da federação, porém,
está longe de ser alcançado entre os gêneros, já que as mulheres, 52% da
população, têm apenas 13 representantes no Senado, que é composto por
81 cadeiras.
O
senador acriano ressalta que é preciso ter coragem de mexer em certos
“vespeiros”. Ele conta que algumas pessoas se espantam com a ideia de
“mudar algo que sempre foi assim”, se esquecendo que estranheza essa é
uma reação muito semelhante à da maioria dos escravagistas, que sequer
aceitavam debater a Abolição por não conseguir conceber a economia do
Brasil e o funcionamento do setor produtivo pós-escravidão. “Foi preciso
um longo debate para que se chegasse ao entendimento de se abolir a
escravidão no Brasil. Foi um choque? Foi, mas o Brasil depois encontrou
os caminhos para sobreviver diante da nova ordem, porque toda nova ordem
exige um novo padrão de comportamento, e nós temos que estar
permanentemente preparados para os novos desafios para instituir
novidades na política brasileira”, sustentou.
Fonte da Notícia: http://www.ptnosenado.org.br/textos/122-curtas/30370-anibal-ampliar-a-participacao-feminina-no-parlamento-e-fazer-historia
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